

Comumente, associamos a palavra ruído com algo que atrapalha e que impede a clareza e fluidez. De fato, tudo aquilo que não está em conformidade com o que entendemos que precisaria estar acontecendo – de maneira leve e clara – está associado a algum ruído.
Ora, então, por que deveríamos agradecer aos ruídos, como propõe o título deste artigo? Porque ruídos trazem consigo um instigante convite: o de realizar análises de contexto, fundamentais para impedir desgastes, prejuízos futuros e, ainda, implementar melhorias.
O gestor contemporâneo tem a capacidade de identificar ruídos logo que surgem. Por exemplo, se observamos que algum resultado não está sendo como poderia ser, que algumas pessoas não estão realizando as entregas necessárias, que a comunicação não está sendo efetiva, podemos considerar estas questões como ruídos e, também, como convites para realizamos uma análise de contexto mais simples, aproveitando que a complexidade ainda é pequena. Se deixarmos passar os ruídos, permitimos que estas situações fiquem mais perigosas, colocando todo o sistema em risco. A persistência deste perigo leva a organização, as equipes e as pessoas a viverem diferentes níveis de exaustão – a condição perfeita para se instalar uma crise.
Analisar um contexto de crise é muito mais complexo, pois envolve mais elementos, mais variáveis, mais interações e diversas situações-problema a serem resolvidas. Assim, o ideal seria aprender a identificar ruídos onde quer que eles estejam, seja durante a capacitação das pessoas, na estrutura, nos processos ou na cultura organizacional. Se não atuarmos nos ruídos, com certeza ouviremos um barulho muito maior logo a frente, o que significa que o ruído está se transformando em algo mais perigoso. Se ainda assim não ouvirmos os sinais do perigo, restará o estrondo da crise. Aliás, a palavra ruído deriva da palavra em latim rugitus, que significa rugido.
Ampliando a visão
É muito importante considerar que nós sempre teremos uma visão apenas aproximadamente sistêmica sobre os sistemas que envolvem seres humanos. Esta é uma premissa indispensável compartilhada pela Nortus. Isso significa que não conseguiremos ter todas as informações sobre algo, mas podemos ter o máximo possível delas. Para isso, precisamos aprender a buscar informações, incluir dados, escutar as pessoas e utilizar ferramentas de análise. Aprendemos que, a partir de uma análise bem feita, conseguimos identificar a decisão e não mais ter que tomar decisões.
No módulo de Visão Sistêmica da Formação em Gestão Contemporânea, desenvolvemos a capacidade de analisar contextos considerando as três metacapacidades – técnica, comportamental e organizacional – do desenvolvimento empresarial. Praticamos a aplicação da visão, utilizando dinâmicas e ferramentas que os gestores podem aplicar às situações de seu cotidiano. A partir de uma boa análise, ganha-se agilidade, e o gestor é capaz de criar planos de ação cada vez mais assertivos para os contextos analisados. Nosso objetivo é dar aos gestores que passam pela FGC as condições para que desenvolvam capacidades e competências ainda mais relevantes para o seu dia a dia.
Compartilhamos com você uma ferramenta para verificar qual é a sua parcela de contribuição para a geração de ruídos em um sistema/organização. Clique aqui para baixá-la.
Mirian Machado Coden* é sócia-fundadora da Nortus e instrutora da Formação em Gestão Contemporânea. Possui mais de 20 anos de experiência com o desenvolvimento de uma estrutura genuína para a modificação dos sistemas comportamentais humanos, realizando mais de 9 mil assessorias pessoais. É filósofa com mestrado em Educação, pós-graduação em Pedagogia Empresarial e Educação Corporativa e doutoranda em Educação pela Universidade Internacional Iberoamericana do México.

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