Os três principais aspectos que fazem suas conversas se tornarem desafiadoras

Equipe Nortus
29/09/2022
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Existem conversas que são bastante desafiadoras, e é normal querer evitá-las, o que nem sempre é possível. Conversas difíceis são todas aquelas que tocam em questões delicadas para nós. Pode ser uma dificuldade de expressar seus limites a um colega de trabalho, ou pode ser um posicionamento perante à equipe diante de uma situação-problema.

Em geral, uma conversa difícil envolve nos sentirmos vulneráveis e termos que lidar com a incerteza, já que, depois da nossa fala, podemos não saber qual será o rumo ou desfecho da conversa, e especialmente as suas consequências.

No entanto, ignorar o que precisa ser comunicado não é o melhor caminho. Quando evitamos falar o que é importante, ainda que seja conflituoso, estamos sabotando (mesmo que inconscientemente) a nós mesmos, nossa família, relacionamento ou empresa. E isso, mais cedo ou mais tarde, gerará resultados negativos para todas as partes envolvidas.

A grande questão é que as pessoas não foram capacitadas a dialogar. Elas simplesmente aprenderam repetindo os modelos familiares aos quais foram submetidas. E esses métodos caseiros raramente são eficazes e construtivos.

Em conversas difíceis, grande parte das pessoas investe tempo, energia e toneladas de argumentos apontando os erros do outro na esperança de convencê-lo que se está com a razão e que, então, quem precisa mudar de ideia e/ou comportamento é o outro.

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O problema é que essa atitude é pouco produtiva. A outra parte, por sua vez, na tentativa de se defender, vai contra-argumentar, e também poderá apontar os erros da pessoa. E esse toma lá dá cá, geralmente, se converte em ressentimentos e zero resolução ou crescimento para ambas as partes.

O primeiro ponto a cuidar é desapegar de sua história e de seu ponto de vista. Desista de discutir por quem tem a razão; quem está certo ou errado.

Entenda que o outro enxerga a situação baseado em suas memórias, experiências, cultura, aprendizados e crenças.

No momento em que você baixa a guarda e pergunta por que pensa e se sente dessa forma, você começa a entendê-lo.

Quando você se interessa e se importa com a pessoa genuinamente – sem ataques, críticas ou julgamentos, buscando compreender as motivações e sentimentos por trás de suas ações – você constrói uma ponte. Só assim é possível escutar o outro verdadeiramente. Em uma conversa em que há escuta, cada parte terá aprendido algo, e o terreno para a mudança estará preparado.

Lição número um: Saia da sua história e entre na história do outro.

O segundo ponto a ser trabalhado é não evitar falar sobre seus sentimentos. Às vezes, sentimos mágoa, tristeza, raiva, decepção, vergonha, injustiça e desrespeito (até mesmo bons sentimentos, como o amor) crescendo dentro de nós durante o diálogo, mas não temos a coragem de expô-los por medo da reação do outro. Esses sentimentos, entretanto, são a questão central do diálogo, e mais importantes do que os próprios fatos, porque são aquilo que fica internamente para cada um, e aquilo que guia os nossos pensamentos. Compreender, administrar e falar sobre sentimentos estão entre os maiores desafios que o ser humano enfrenta. Cada um é responsável pelos seus próprios sentimentos. As pessoas apenas oferecem gatilhos para o que já existe dentro de nós. Felizmente, com observação e desenvolvimento, essa habilidade pode ser aprimorada.

Lição número dois: Seus sentimentos são importantes. Observe-os e aprenda a dominá-los ou eles dominarão você!

O último ponto que é importante colocar atenção é o impacto que sua identidade e sua auto-imagem possuem nas suas conversas. Você pode pensar, por exemplo: “Eu só quero um aumento de salário.” Porém, receber ou não um aumento pode influenciar a sua ideia de quem você é no mundo, e trazer à tona pontos de vista diminutivos: “Nem sou tão bom ou boa assim. Existem profissionais melhores do que eu. Tenho sorte de ter esse emprego.” Isso vale, também, por exemplo, para o caso de você ter que recusar o pedido de aumento de alguém e, nessa hora, pensar: “Sou um chefe ruim: sempre decepciono as pessoas que confiam em mim.”

Como você pensa, no fim, diz respeito a quem você é e como se vê. Em outras palavras, antes, durante e depois de uma conversa difícil, a questão da identidade trata do que você diz a si, e como isso influencia o seu amor próprio e autoestima.

Lição número três: Desenvolva uma autoimagem de valor e sólida. Isso evita atitudes de levar para o lado pessoal e se inferiorizar nos diálogos mais desafiadores.

Sempre que você estiver diante de uma conversa sobre identidade, poderá transformar o que costuma ser uma fonte de ansiedade em uma fonte de força, observando e mudando seus pensamentos e sentimentos para fortalecer sua autoimagem e autoconfiança.

Lembre-se: ao dedicar-se à capacitação da sua comunicação, você colocará suas relações em outro patamar.

Sobre a autora

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Mirieli Colombo é sócia e educadora na Nortus. Há mais de 22 anos atua como consultora corporativa, desenvolvendo competências voltadas à comunicação técnica – dicção e oratória, comunicação comportamental – relacional – e atua na formação de líderes. É fonoaudióloga, especialista em voz, coaching e mentora de comunicação, comportamento e liderança, e especialista em Dinâmica dos Grupos pela SBDG. Master em Programação Neurolinguística. Personal & Professional Coaching (SBC), Coaching Ontológico pela Appana e formação em Biologia Cultural com Dr. Humberto Maturana e Ximena D’Ávila pela Matriztica do Chile. Estudou Dinâmica em Espiral Integral com Dr. Darrell Gooden e Dr. Don Edward Beck.

Sobre a Nortus

A Nortus é uma instituição de desenvolvimento humano global e organizacional, referência em soluções para gestão contemporânea, fundada em 2009 e com sede em Campinas (SP). Já formamos mais de 800 gestores em todo o Brasil, atendendo dezenas de empresas e impactando o desenvolvimento de mais de 50 mil pessoas com nossa Tecnologia Comportamental Metassistêmica. Mantemos parcerias internacionais com pesquisadores do campo da psicologia social, comportamental e organizacional e da neurociência. Somos um Multiverso formado pelos Universos Científico, Estrutural, Negócios e Social. Juntos, eles atuam para cocriar condições para a ampliação da consciência humana.


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