Transformação no mundo do trabalho: 7 elementos essenciais

Rafael
20/11/2023

Tudo o que não se movimenta morre. Você já deve ter ouvido a gente falar sobre isso, não? A transformação no mundo do trabalho, na vida, nos negócios, parece não ter fim. Talvez isso gere, em nós, medo ou ansiedade. Ou talvez encantamento, como é o meu caso.

Mas até mesmo eu já senti bastante ansiedade antes de conseguir passar verdadeiramente para um estado de aceitação com graça e alegria.

Aprender a filtrar o que importa de fato e tende a impactar bastante em todo o ecossistema da organização, assim como de nosso próprio ecossistema, é uma das tarefas mais importantes da liderança do futuro.

E se tem algo que nos enche de propósito e sentido aqui na Nortus é dialogarmos sobre gestão e liderança contemporânea. Não apenas entre nós, mas especialmente com você.

Ao longo de minhas pesquisas e práticas profundas em torno do tema futuro do trabalho, futuro da aprendizagem e futuro das relações humanas, ficou evidente a importância de filtrarmos a imensidão de informações que recebemos todos os dias.

Veja alguns elementos que selecionei para você e que entendo serem essenciais para a transformação no mundo do trabalho. E também para a sua vida, assim como a de sua organização.

7 elementos essenciais para novos modelos de trabalho

1 – O ambiente de trabalho está em todo o lugar. Anywhere office. Officeless. Anytime.

Quem define limites para a sua vida deveria ser você, e não algum patrão, patroa, ou qualquer outra pessoa que se encaixe neste papel.

No caso deste elemento, a transformação no mundo do trabalho não se dá apenas pelas discussões entre trabalho híbrido ou home office. Esse 1º elemento diz muito sobre o nosso ponto de maturidade. Como indivíduos, como coletivos e sociedade.

Convido você a refletir sobre a importância de avançarmos mais em relação a esse ponto. Assim, poderemos cocriar melhores condições para que novos modelos de trabalho floresçam para mais gente também.

2 – Lifelong learning. Que é diferente de educação continuada!

Parece que muitos de nós ainda não captamos a essência desse conceito, mas confio que estamos evoluindo. Lifelong learning, que se traduz como aprendizado ao longo da vida, não é o mesmo que aprendizagem continuada.

A ideia de aprendizagem continuada se relaciona à Era Industrial, iniciada há mais de 100 anos. Aqui, os cursos, especializações e propostas afins têm início e término declarados. E é continuada, porque depois de se conquistar um diploma, já está na hora de engatilhar o próximo.

Já o lifelong learning nos diz que a aprendizagem está em tudo, em todo lugar, na interação com qualquer pessoa. É uma forma de se viver e de se (auto)desenvolver. É menos sobre diplomas e muito mais sobre comportamento — um tanto necessário para os tempos contemporâneos em que vivemos.

3 – Emprego CLT ainda faz sentido? Talvez. Para o momento de transformações no trabalho que ainda vivemos.

Você já parou para pensar ou chegou a conhecer a história do emprego? Se ainda não, sugiro que investigue. E que tal, a partir disso, buscar explorar algumas perspectivas mais contemporâneas?

Sobre isso, é importante refletir: o que o contexto de criação de emprego tem de aderência ao contexto atual do (seu) mundo? E quais indícios e sinais atuais você percebe que mais se enquadram em perspectivas mais contemporâneas relacionadas ao modo como trabalhamos?

Existem muitos novos modelos de trabalho possíveis e outros ainda em criação, como profissionais em rede, job sharing, inner empreendedorismo, entre outros. Vale a pena conhecer.

4 – Muitas pessoas e profissionais-chave na organização não detém cargos nela.

E por falar na evolução e aparecimento de novos modelos de trabalho e vida, olhe só. Hoje em dia, o trabalho tem se flexibilizado a ponto de qualquer pessoa poder influenciar uma organização sem possuir um cargo nela.

Existem, cada vez mais, pesquisas que comprovam a transformação dessa questão, que já dá indícios, há tempos, de que tinha tudo para ir tomando cada vez mais força.

Nos modelos contemporâneos que surgem, as pessoas-chave na organização atuam de forma mais autogerida. São protagonistas de suas carreiras e vida. E aprenderam e se desenvolveram a ponto de não depender de uma empresa empregadora.

Talvez entender a história do trabalho te ajude a compreender melhor esse movimento.

5 – Novos lugares da liderança, desmantelando organogramas.

Bom, essa ficou bem mais fácil de compreender depois dos pontos elucidados acima, não? Se ainda não, vou buscar trazer mais elementos.

Você concordaria com a afirmação de que o organograma, estrutura hierárquica de uma empresa, está relacionado à ideia de cargos e, consequentemente, conscientemente ou não, de poder e status?

Não pense apenas em como você pensa. Pense também no inconsciente coletivo — coisas de Jung — que se refere aos arquétipos e imagens que compartilhamos como sociedade.

Agora, comece a integrar os elementos citados até então e suas reflexões sobre eles com a transformação do mundo do trabalho acima. Acrescente a isso, ainda, o que nosso querido Gilberto de Souza nos explica sobre a diferença entre Gestão e Liderança.

Está ficando mais claro? Se não estiver, não se preocupe. Vamos caminhando para o fechamento deste artigo para ajudar a conectar melhor todos estes elementos.

6 – Organizações vivas.

Bom, e em meio a todas essas transformações no mundo do trabalho simultâneas, por onde começar a repensar tudo e também identificar o que, de fato, deve ser mantido? Porque, sim, há coisas valiosas para também serem mantidas.

O elemento das organizações vivas que incluo agora é, sem dúvida, um dos mais novos modelos de trabalho e design organizacional. E demanda uma profunda transformação cultural.

As empresas, organizações e pessoas que têm passado por essa transformação costumam dizer que tem sido uma jornada evolutiva incrível e importante. Em breve, escreverei um artigo apenas sobre isso, mas já dá para ter um spoiler aqui do que se trata essa dinâmica.

E para elucidar mais esse assunto, apresento a voz de uma líder regenerativa como poucas pessoas ainda em meio a nós, a co-fundadora da Nortus, Mirian Machado Coden:

7 – Desenvolvimento humano é a chave para transformações no mundo do trabalho.

Ah, gente, falar de desenvolvimento humano parece marmelada vindo de nós? Pois é, só que não. É essencial mesmo. Por algumas razões. Mas vou compartilhar apenas algumas delas — por ora.

Primeiro, frente a tantas mudanças convergentes no mundo do trabalho e das organizações, a melhor forma de lidarmos com tudo isso é nos desenvolvermos ainda mais. E mais. E mais. É ser lifelong learner.

“Quanto mais nos desenvolvemos, mais percebemos o porquê isso facilita, e muito. Tanto para cada um e uma de nós — como as pessoas e seres humanos legítimos que somos — quanto para a evolução coletiva.”

undo, porque, ao longo de alguns anos em que me aprofundei na compreensão desses elementos todos que selecionei e filtrei acima para dividir com você, ficou ainda mais notável o quanto as pessoas podem se apaixonar pelas ideias e conceitos.

Mas conhecer os conceitos, e ampliar a consciência, não garante as ações necessárias para torná-las reais. Ainda mais compreendendo como se faz isso pelas perspectivas mais salutogênicas — mais saudáveis — possíveis.

Mas então…

Transformação no mundo do trabalho: por onde começar?

Pois é, como compreender os novos modelos de trabalho a partir deste sentimento de que tudo muda, o tempo todo, e ainda saber o que fazer agora?

Existem muitas possibilidades. E de verdade? Eu diria que as melhores são aquelas que você cria. Mas, para isso, é essencial que, acima de tudo, você esteja em conexão profunda com a sua própria essência e com seus valores inegociáveis.

Isso, por si só, já seria um ótimo ponto de partida. Outra dica é aprender a reconhecer a diferença entre tendências, que podem ser bem tendenciosas, e sinais. Nesse outro artigo que escrevi sobre o que o futuro do trabalho não é, dá também para se ter uma melhor ideia disso.

Em breve, compartilharei novos artigos por aqui, desbravando um pouco mais cada um destes 7 elementos essenciais que são muito relevantes na transformação do mundo do trabalho e da nossa vida como um todo. Afinal, somos seres integrais e não fragmentados, não somos?

Sobre a autora

Cassiana Buosi é consultora de desenvolvimento interno e externo na Nortus. Atua como Designer e Consultora de Futuros Regenerativos. Consultora de Desenvolvimento Interno de Comunicação.

Especialista em foresight estratégico aplicado para futuros pessoais, do trabalho, dos negócios, das relações, da aprendizagem e de culturas regenerativas. É facilitadora em cursos e workshops de Liderança Regenerativa, Desenvolvimento Profissional e Organizacional. É professora em pós-graduação da FEI desde 2007. Possui Certificação internacional em Foresight Estratégico e MBA em Gestão da Inovação, da Tecnologia e Conhecimento. É pesquisadora da teoria integral de Ken Wilber. Tem formação em Design de Produto e Pós-graduada em Marketing Internacional.

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