Pessoas, Cérebro, Memórias e Comunicação

Todo ser humano possui um sistema próprio de memórias — a sua bagagem de vida — que o faz ver, pensar e fazer as coisas de formas únicas a si próprio. Somado a isso, há uma parte mais primitiva do cérebro humano que faz a primeira leitura de tudo o que acontece conosco, e esta parte sabe entregar somente duas respostas: segurança ou insegurança.

Se for feita uma leitura de que há qualquer tipo de risco — físico ou psicológico —, o sistema hormonal recebe um comando para mobilizar químicas de ataque, defesa, fuga ou inação, e, enquanto isso, a parte do cérebro responsável pelo raciocínio consciente fica silenciada ou confusa.

Um bom gestor contemporâneo precisa compreender isso para saber orientar a sua equipe, ou empresa, para uma alta performance.

Primeiramente, é importante saber se comunicar, verbal e não verbalmente. Por exemplo, o tom de voz, a postura do corpo e as expressões do rosto conversam primeiro com a parte primitiva do cérebro, e contribuem para definir uma etapa muito importante da comunicação, que é a primeira. Essa é a fase onde as pessoas se asseguram, mesmo que inconscientemente, se podem ou não confiar umas nas outras.

Ao falar, também é necessário saber verificar se o que os integrantes de sua equipe estão escutando é, de fato, aquilo que você gostaria que eles estivessem compreendendo. Ao desenvolver esta capacidade, você estará atuando para evitar problemas de comunicação que geram muitos desgastes nas organizações.

Para um bom gestor contemporâneo, é importante saber que nossos neurônios disparam informações elétricas entre si quando são ativados em nosso cérebro e, a partir disso, as informações são formadas em nossas mentes conscientes. Quanto mais disparamos as mesmas informações, uma rede neuronal se forma, se desenvolve e fortalece as suas conexões com uma camada de mielina. Quanto mais mielina, mais rapidamente as informações irão passar de um neurônio para outro, e a rede se fortalecerá.

Portanto, quando formos capacitar nós mesmos ou capacitar outras pessoas, precisamos compreender que já existem estruturas mielinizadas que auxiliam na definição da forma como pensamos e compreendemos as coisas.

Para conseguirmos novos resultados, precisamos de novos caminhos organizados de formas diferentes, e isso acontece, primeiro, no caminho que os pensamentos fazem na mente de alguém. É importante considerar onde essa pessoa está com relação ao que precisamos que ela aprenda e, também, onde ela está na condição dela de aprender algo novo.

Você já deve ter se deparado com pessoas que parecem não entender instruções ou procedimentos apesar de repetidas recomendações. Muito provavelmente, essa pessoa até entendeu a instrução, porém, fisicamente, a forma antiga de fazer está mielinizada em suas redes neurais.

Lembre-se:

– Temos uma parte primitiva no cérebro que faz a primeira leitura das situações que vivemos e pode expressar segurança ou insegurança;

– Temos uma bagagem de memórias que pode potencializar a segurança ou a insegurança, e que nos faz ver, pensar e fazer as coisas do jeito que fazemos;

– Que a forma verbal e a não verbal, juntas, definem o sucesso ou o fracasso de uma interação;

– É importante verificar se o que as pessoas estão escutando é o que queremos que elas compreendam;

– Que todos temos caminhos neurais mielinizados. Se queremos resultados novos, precisamos de caminhos novos.

Uma pessoa só desenvolverá um novo caminho neural, com real aprendizado, se for ativada em seu lóbulo pré-frontal, que é a parte do cérebro que dá ao ser humano a condição de pensar.

Como gestores contemporâneos e como seres humanos, somos diretamente corresponsáveis pela forma das pessoas interagirem conosco. É o que comunicamos e a forma como o fazemos que traz à interação a parte do outro que se relaciona conosco.

Os elementos trazidos acima são alguns dos que compõem uma boa análise sistêmica. O tema de visão sistêmica é bastante recente na história da humanidade, e ainda é bastante forte o pensamento mecanicista, que diz que para toda causa há somente um efeito. Para incluirmos informações que vão ampliar ainda mais a nossa forma de enxergar o mundo, é preciso exercitar.

Vamos incluir algo novo? A Formação em Gestão Contemporânea é uma oportunidade de realizar este exercício, criar novas conexões neurais e fortalecer ainda mais as boas conexões que já existem.

Compartilho com você uma ferramenta que pode auxiliá-lo a refletir se você está se comunicando de forma construtiva.

Assista em nosso canal: Fala de improviso

#comunicação #fala #comunicaçãonãoverbal #cérebro #empatia #memória

Receba nossos conteúdos e fique por dentro de todas as novidades da Nortus

Agradecemos o seu cadastro e interesse em receber nossos conteúdos com abordagem genuína