

A série de lives organizada pela Nortus para auxiliar as pessoas a pensarem e agirem neste contexto da pandemia Covid-19 trouxe o tema “Como comunicar quando existe pânico”, apresentado pela especialista em comunicação, instrutora e sócia-executiva da Nortus, Mirieli Colombo.
Você pode conferir o conteúdo da live aqui.
Durante a sua exposição, Mirieli destacou que a comunicação já é um ponto trabalhoso em contextos de normalidade. Segundo a especialista, em tempos de crise, é fundamental considerar que nada é óbvio.
“Quando as pessoas estão fragilizadas, temos que reforçar pontos óbvios, principalmente aqueles ligados à rotina e que envolvem a segurança no trabalho, porque é comum as pessoas estarem com a cabeça cheia, envolvidas em tensões e preocupações com a atual situação”, alerta Mirieli.
O modo de se comunicar com as equipes foi um ponto bastante discutido, durante a live, a partir de perguntas enviadas pelo público que acompanhou a exposição. Mirieli Colombo destaca que é necessário cuidar do aspecto comportamental e relacional deste tipo de comunicação, abrindo espaço para que os integrantes possam compartilhar o que sentem e, a partir daí, construir uma comunicação empática e efetiva para aquilo que precisa ser concretizado. É o que a especialista chama de descompressão.
“Tudo o que estamos vivendo na pandemia é muito novo. Tudo fechado, o isolamento social, pessoas acostumadas a contato, carinho e olho no olho não podendo vivenciar isso. A privação do trabalho presencial, para muitos, é algo que requer uma organização com a casa totalmente diferente. Existe o medo de possíveis perdas de integridade física, emocional, financeira. Quando alguma situação mexe com as nossas necessidades básicas – segurança, previsibilidade – a pessoa vivencia um sentimento desorganizador. É importante poder falar sobre o que sentimos e pensamos. Se os gestores abrirem este espaço, as pessoas vão conseguir se estruturar e produzir melhor”, explica.
Gerir emoções antes de comunicar
Mas, para conduzir a comunicação com efetividade, é necessário cuidar da própria gestão emocional para assegurar que o que será comunicado são informações livres de julgamento e carga emocional. Depois, gestores precisam cuidar de ordenar as informações e estruturá-las em uma linguagem que faça sentido ao público com quem está se comunicando.
Os gestores precisam considerar que, quando a angústia bate, as pessoas adotam estratégias voltadas para si mesmas – “me first” (eu primeiro). As suas necessidades vêm em primeiro lugar. É importante o acolhimento e, em seguida, conduzir as pessoas ao desenvolvimento, para a compreensão de que, ao proteger o coletivo, estarão se protegendo mais. Neste sentido, Mirieli indica que sejam feitas perguntas para ajudar o outro a estruturar o pensamento. Confrontar não ajuda.
Para que a mente liberte-se dessas preocupações e consiga voltar-se a estratégias para sair desta situação, é necessário um ambiente seguro. Mirieli citou a experiência de empresas em Caxias do Sul (RS) que criaram S.O.S voltados à escuta, com pessoas mais preparadas para esta função, aptas a entender a perspectiva que o outro está apresentando.
A instrutora da Nortus elencou algumas perguntas para auxiliar neste processo de trazer luz aos sentimentos para ampliar a consciência:
- O que assusta mais neste momento?
- Quais são os sentimentos mais fortes para nós em relação a tudo isso?
- O que mais dificulta neste momento?
- O que de pior pode acontecer?
- O que nos deixa vulneráveis?
- O que nos protege mais neste momento?
- O que faz com que a gente aguente firme?
- Qual é o nosso propósito?
- Quais cenários mais nos assustam?
- Esse cenário está acontecendo neste agora?
- Quem são as pessoas com quem a gente pode contar?
Relembrar com a equipe momentos anteriores de crise e quais estratégias foram adotadas para a superação também ajuda. Outra dica é aproveitar todas as inteligências da organização e deixar que as pessoas partilhem suas experiências; como estão se organizando e o que está funcionando. Todos esses são elementos de uma comunicação colaborativa, que estimula a co-criação. “Ao fazermos isso, as pessoas se sentem asseguradas e conseguem voltar com mais atenção ao seu posto de trabalho, a produzir melhor”, comenta Mirieli.
Mirieli Colombo orienta as organizações a redobrarem a atenção à comunicação interna, trazendo informações francas e claras. É muito importante que esta comunicação expresse cuidados e faça com que os colaboradores se sintam mais próximos.
A instrutora encerrou a live com uma citação de Marshall B. Rosenberg, autor do livro Comunicação não violenta, que expressa bem o que é necessário neste contexto em que o pânico está presente na vida de muitas pessoas: “Quando nos concentramos em esclarecer o que está sendo observado, sentido, e necessário ao invés de diagnosticar e julgar, descobrimos a profundidade de nossa própria compaixão.”
Série de lives continua
A Nortus continua com a série de lives realizadas em seu canal do Youtube sobre como pensar e agir durante a pandemia. A próxima apresentará o tema: Como manter a direção em momentos de alta complexidade? com o instrutor e sócio-executivo da Nortus, Valdeci Maciel, no dia 21/04 às 19h.
Para não perder nenhuma das lives, você pode se inscrever no canal www.youtube.com/nortustvoficial. Assim, receberá notificações das entradas ao vivo e a cada novo conteúdo de desenvolvimento humano publicado pela Nortus.
Além do canal no Youtube, os conteúdos das lives estão sendo disponibilizados no Podcast Nortus, no Spotify.
Com esta série de lives, a Nortus cumpre o objetivo de entregar conteúdos que apoiem o desenvolvimento das pessoas neste momento de dificuldade social, atuando no fortalecimento das capacidades e habilidades que são imprescindíveis em momentos de crises.